Há nove dias do início da Copa América, atletas da seleção brasileira que estão concentrados para os jogos das Eliminatórias da Copa do Mundo informaram à CBF e à comissão técnica do Brasil, que não pretendem disputar o torneio de seleções sul-americanas. A informação foi publicada pelo jornal espanhol, As.
A decisão, segundo o diário europeu, começou a ser debatida entre os atletas mais experientes do grupo após o grupo tomar conhecimento que a Copa América seria disputada no Brasil por meio de notícias da imprensa. A reação entre jogadores teria sido de indignação, por causa da situação da pandemia da Covid-19 no País.
Na última quarta-feira (2), antes da viagem da seleção brasileira para Porto Alegre, onde o Brasil enfrenta o Equador nesta sexta-feira (4), alguns jogadores se reuniram com o presidente da CBF, Rogério Caboclo, e a comissão técnica, na qual teriam questionado o dirigente da entidade sobre a possibilidade de não realização do torneio no País.
O diário As ainda relata que a reunião teria sido tensa e o presidente Rogério Caboclo teria ameaçado demitir o coordenador de seleções, o ex-jogador Juninho Paulista, caso não controlasse o vestiário brasileiro.
Desde a confirmação de que a Argentina não seria sede da Copa América, o que estava previsto em conjunto com a Colômbia, o técnico Tite decidiu vetar entrevistas de atletas. Coletivas na seleção iriam ocorrer na segunda (31) e terça (1º), mas foram vetadas pelo treinador. Somente Tite falou à imprensa na quinta-feira (3) e explicou que os atletas vão se pronunciar após os jogos das Eliminatórias para a Copa do Mundo do Catar.
"Temos uma opinião muito clara e fomos lealmente, numa sequência cronológica, eu e Juninho, externando ao presidente qual a nossa opinião. Depois, pedimos aos atletas para focarem apenas no jogo contra o Equador. Na sequência, solicitaram uma conversa direta ao presidente. Foi uma conversa muito clara, direta. A partir daí, a posição dos atletas também ficou clara. Temos uma posição, mas não vamos externar isso agora”, disse Tite em coletiva.
“Eles têm uma opinião, externaram ao presidente, e vão externá-la ao público em um momento oportuno. Inclusive, isso tem a ver com a ausência do nosso capitão, Casemiro, aqui nessa entrevista", salientou o treinador brasileiro.
O Brasil entra em campo nesta sexta-feira, contra Equador, no Beira Rio-RS, pela 7ª rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo do Catar. A equipe ainda visita o Paraguai, na terça-feira (8), em compromisso válido pela 8ª rodada do classificatório.
A disputa da Copa América tem recebido críticas desde o anúncio de que o Brasil receberá o torneio em 2021. Goiás é uma das quatro sedes, com Rio de Janeiro, Brasília e Cuiabá. O Ministério Público de Goiás recomendou ao governador Ronaldo Caiado (DEM) que o Estado não receba o torneio de seleções, o Conselho Estadual de Saúde de Goiás também se manifestou contrário à disputa da competição.
Atletas de outras seleções, casos de Cuadrado (Colômbia) e Agüero (Argentino), também se pronunciaram em tom de preocupação com as decisões definidas pela Conmebol em relação à disputa da Copa América.
A Copa América está prevista para ter seu início no próximo dia 13 de junho, em Brasília. Goiânia possui previsão de receber sete partidas, a primeira no dia 14, um jogo da seleção brasileira contra Equador no dia 27, além de duas partidas das quartas de final.
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