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‘Não acredito em uma onda avassaladora’ de mpox no Brasil, diz cientista consultora da OMS

Virologista Clarissa Damaso, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, fala sobre o novo avanço da doença, que fez a agência internacional declarar emergência

21/08/2024 11h25
Por: Cristiano Souza
‘Não acredito em uma onda avassaladora’ de mpox no Brasil, diz cientista consultora da OMS

A OMS (Organização Mundial da Saúde) decretou na semana passada o mais alto nível de alerta global para a mpox, anteriormente chamada de monkeypox ou varíola do macaco. Um surto na África, mais especificamente no Congo, causado por uma nova variante do vírus, potencialmente mais perigosa, tem preocupado especialistas no mundo todo.

A varíola, que causou a morte de aproximadamente 500 milhões de pessoas ao longo da história, foi oficialmente erradicada em 1980 pela OMS, resultado dos esforços internacionais de vacinação iniciados anos antes.

Na mesma época, um vírus relacionado à varíola começou a afetar os humanos: o monkeypox. Embora menos fatal, esse vírus estabeleceu-se como endêmico em algumas nações africanas, incluindo Nigéria e República Democrática do Congo, e em 2022 a doença se espalhou para o resto do mundo de maneira nunca antes vista.

Desde então, ocorreram mais quase 100 mil casos de mpox em 122 países, dos quais 115 não tinham histórico da enfermidade, segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA.

Consultora do Comitê Consultivo de Pesquisa sobre o Vírus da Varíola da OMS, a virologista brasileira Clarissa Damaso, professora da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e chefe do Laboratório de Biologia Molecular de Vírus, estuda esse vírus há mais de três décadas. Em entrevista ao R7, a especialista faz um paralelo entre a erradicação da varíola e o desafio que seria eliminar a mpox em todo o mundo. “Erradicar o vírus monkeypox é mais complicado do que erradicar o vírus da varíola, que é uma doença exclusivamente humana”, ressalta.

A professora explica também os motivos que levaram a OMS a declarar a mpox uma emergência global pela segunda vez. “O foco da emergência internacional foi a situação na África, visando conter a doença, tratar os infectados e canalizar recursos.”

A virologista não descarta que casos causados pela nova variante possam chegar a o Brasil, mas afirma não estar pessimista. “Não acredito em uma onda avassaladora”, pondera.

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