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Internações por infarto mais que dobraram em 14 anos no Brasil, com picos no inverno

Frio aumenta as chances de ataque cardíaco; homens são a maioria das vítimas

10/07/2023 09h52
Por: Cristiano Souza
Internações por infarto mais que dobraram em 14 anos no Brasil, com picos no inverno

Dados compilados pelo Instituto Nacional de Cardiologia (INC) mostram que as internações causadas por infarto subiram cerca de 150% entre 2008 e 2022. Os picos desses ataques cardíacos ocorreram durante o inverno, apresentando queda em períodos mais quentes, porque as temperaturas mais frias aumentam os riscos da complicação.

A média mensal das hospitalizações por infarto em homens era cerca de 5.282 no início da série e subiu para 13.645. Entre as mulheres, o número era 1.930 e foi para 4.973. Os dados consideram somente informações do SUS (Sistema Único de Saúde) disponibilizados no Sistema de Internação Hospitalar –não compreende as internações na rede privada.

Complicações cardiovasculares, como o infarto, são as principais causas de morte por enfermidade no Brasil. No caso do ataque cardíaco, existem vários fatores que explicam o aumento nos últimos anos, afirma Aurora Issa, diretora-geral do INC.

A temperatura é um desses aspectos. Isso porque, nos períodos frios, é mais comum ocorrer a contração dos vasos sanguíneos —ou seja, a diminuição do diâmetro dos vasos onde o sangue corre— o que aumenta as chances do ataque do coração. No inverno, também crescem as doenças respiratórias, outro fator que pode ter associação com o infarto.

“[Infecções respiratórias são] um gatilho para inflamação de placas de gordura e, com isso, a formação de coágulos que levam ao infarto”, diz Issa.

O levantamento se atentou às diferenças entre as estações e constatou que os picos de internações por infarto se dão durante o inverno, com queda no verão. Os números variam de ano a ano, mas, em 2022, a diferença nas hospitalizações entre os meses frios e quentes foi 27,4% para homens e 27,8% para mulheres.

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