A Polícia Civil investiga se o dono da casa cometeu crime de tráfico de animais contra a cobra píton albina de mais de 2 metros de comprimento, que foi capturada na casa dele, em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. Segundo o delegado de proteção ao Meio Ambiente (Dema), Luziano Carvalho, o crime de maus-tratos foi descartado. Um vídeo registrou quando a cobra foi capturada (veja acima).
"Nas investigações foi possível checar junto ao Ibama que a cobra píton albina pode ficar até 15 dias sem comer, com isso, o depoimento do dono da casa que diz que ficou sem alimentar o animal não é considerada crime de maus-tratos. Vamos seguir a linha de que o animal foi introduzido no país de forma ilegal, sem parecer técnico ou autorização. Isso é crime ambiental", diz delegado.
Segundo o delegado, a versão do dono da casa contradiz o relato da ocorrência feita pela mulher ao Corpo de Bombeiros. "Em depoimento, o dono da casa diz que a cobra foi deixada com ele por um conhecido de rede social e a mulher relata no registro dos bombeiros que encontrou a cobra no quintal de casa. As versões não batem e vamos seguir a investigação de que a cobra foi traficada", conta Luziano.
O resgate da cobra aconteceu na tarde da quinta-feira (10), no Setor Aeroporto Sul. O dono da casa prestou depoimento na Dema, após a captura da cobra que estava na casa dele. O nome do homem não foi revelado pela polícia. Por isso, o G1 não localizou a defesa dele para se manifestar.
O delegado disse que a mulher dele deve prestar depoimento na próxima quinta-feira (17). "Ela é esposa do rapaz e eles estavam brigados. Então existe a possibilidade de ela ter denunciado a presença da cobra na casa. Possivelmente sabia que o animal estava na casa há pelo menos 15 dias", disse Carvalho.
Luziano conta que o vigilante, que é dono do imóvel, disse que um amigo deixou a cobra para viajar e não voltou para pegar. Em depoimento, ele diz que gosta de animais exóticos e por isso aceitou cuidar da cobra. Na residência, os policiais civis encontraram calopsitas e um tanque com peixes piraras.
Espécie rara
O resgate foi feito pelo Corpo de Bombeiros na tarde da quinta-feira (10), no Setor Aeroporto Sul, após uma moradora avistar a cobra e acionar os militares.
O biólogo Edson Abrão diz que a espécie é de origem asiática ou africana e é rara no Brasil. O animal possui veneno, mas não é peçonhento, ou seja, não o transmite para a presa. Ela mata por meio de estrangulamento.
Ela é exótica, não é do Brasil, é uma serpente da África ou da Ásia. Apesar de ela ter veneno, ela não é peçonhenta. Provavelmente, foi comprada filhote e trazida clandestinamente para cá. O filhote dela custa até R$ 3 mil, uma deste tamanho pode valer R$ 15 mil”, explicou o biólogo.
Devido aos raros resgates desta espécie, o delegado Luziano comenta que a cobra pode ter sido adquirida até mesmo em Goiás.
"Essa cobra pode ter vindo de perto, até mesmo na vizinhança, isso significa que podemos ter tráfico de animais", pontuou.
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