Aparecida do Rio Doce, na região sudoeste de Goiás, pode ter perdido 350 doses de vacinas contra Covid-19 e gripe que estavam no refrigerador da Unidade Básica de Saúde (UBS) da cidade. Segundo o prefeito Edy Carlos Gonçalves (PSDB), funcionários perceberem na manhã desta segunda-feira (14) que o padrão de energia foi desligado. A Polícia Civil investiga o caso.
“Estou muito triste, foi um dia muito triste no nosso município sobre esse acontecimento de desligar o padrão da UBS. Isso nunca aconteceu aqui, é uma cidade pacata. O quanto está difícil vacinar e encontrar a vacina. Peço a você que fez isso, que não faça mais não. Já tomamos as medidas cabíveis", diz prefeito.
Segundo o prefeito, ao todo, 100 doses contra a Covid-19 estavam armazenadas no local, sendo 70 da Astrazeneca e 30 da Coronavac. Também havia cerca de 250 doses da vacina contra gripe.
No local ainda eram armazenados imunizantes contra febre amarela e outras doenças, mas a quantidade ainda não foi calculada. O prefeito estima que, ao todo, sejam 800 doses de vacinas.
Investigação
A zeladora da unidade chegou às 6h desta segunda-feira (14) e notou que o local estava sem energia. Ao saber da situação, a enfermeira checou o refrigerador que armazena todas as vacinas e notou que ele estava a uma temperatura de 19 graus.
O delegado responsável pelo caso, Nicolas Alvarenga de Oliveira Martins, já ouviu quatro funcionários da unidade de saúde.
“A unidade conta com um vigia a cada uma semana e nesta última ele não estava trabalhando. O padrão de energia não havia lacre e a pessoa que supostamente desligou aproveitou a oportunidade ao saber de todas essas informações”, disse o delegado.
De acordo com o município, 799 pessoas foram vacinadas contra a Covid-19. Na última sexta-feira (11), a prefeitura recebeu 10 ampolas, ou seja, 100 doses da vacina contra a doença. Porém, por conta da perda de ampolas, precisou interromper a vacinação.
“Perdemos todas as vacinas, elas precisam de uma temperatura de cerca de 5 graus, interrompemos a vacinação contra a Covid. Os vizinhos disseram que não houve queda de energia nos arredores, apenas na UBS. Nosso refrigerador serve para armazenar a temperatura por 72h após uma queda de energia e não funcionou”, disse o prefeito.
A Secretaria de Saúde do Estado de Goiás (SES-GO) informou que técnicos seguiram os procedimentos de avaliação determinados pelo Ministério da Saúde e amostras serão recolhidas para análise no Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), que emitirá um laudo sobre a situação dos imunizantes.
Segundo a Polícia Civil, o crime é configurado como dano ao patrimônio público. Se indiciada e condenada, a pessoa que cometeu o crime pode pegar de 6 a meses a três anos de prisão.
“As vacinas valem ouro, as pessoas que iriam se vacinar com a segunda dose contra a Covid-19 vão perder o prazo. É provável que esse desligamento tenha sido um ato criminoso, mas vamos seguir com a investigação sobre o ato e também sobre as falhas da unidade o mais rápido possível”, ressaltou o delegado.
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