Moradora de abrigo com mais de 60 casos de Covid-19, primeira vacinada em Goiás testou negativo, diz direção

Moradora do abrigo de Anápolis que registrou mais de 60 casos de Covid-19, a primeira vacinada em Goiás, Maria Conceição da Silva, de 73 anos, testou negativo para a doença, de acordo com a direção. A Secretaria Municipal de Saúde está acompanhando os casos na unidade. Treze moradores estão internados.

Ao todo, 80 idosos moravam no Abrigo dos Velhos Professor Nicephoro Pereira da Silva. Dois deles morreram. A direção informou que a causa foi a Covid-19. Já a Secretaria Municipal de Saúde disse que está investigando os óbitos.

Casos de Covid-19 em abrigo

• 78 idosos moram no local;
• Pelo menos 60 testaram positivo para a Covid-19;
• 13 estão internados, sendo que três estão em UTI;
• Dos 27 funcionários, oito estão com coronavírus.

Depois da grande quantidade de moradores com sintomas e com casos confirmados, todos idosos e funcionários da unidade fizeram testes para detectar a doença. A primeira vacinada em Goiás recebeu o resultado negativo na quarta-feira (26). Ela segue morando no abrigo, mas está afastada dos outros internos que estão doentes.

Maria Conceição foi vacinada no dia 18 de janeiro pelo próprio governador Ronaldo Caiado (DEM). Ela tem seis filhos e trabalhou como doméstica e gari. A idosa tem problemas de hipertensão e ficou cega de um olho.

Primeira imunizada

No dia em que foi vacinada, relatou a alegria do momento. “Não doeu nada. Esperei muito tempo por essa vacina. Eu estava ansiosa. Isso vai dar força para todas e todos. Quando todo mundo estiver imunizado, aí será alegria para mim. Enquanto não for, eu não tenho muita alegria. Não basta só eu, tem que ser todos", disse a idosa.

Todos os moradores e funcionários da unidade já foram vacinados com as duas doses da CoronaVac. A diretora de Vigilância em Saúde de Anápolis, Mirlene Garcia, explicou que, caso eles não tivessem sido imunizados, a situação no abrigo poderia ser muito mais preocupante.

“Nós temos um grande número de pessoas dentro do abrigo assintomáticos ou com poucos sintomas, alguns casos com mais sintomas e outros que precisaram ser internados. É importante ressaltar que a vivência em abrigos é um fator de risco, porque a disseminação se torna um pouco mais rápida. Se a gente não tivesse esse grupo vacinado, a situação poderia ser mais grave, como vimos em alguns asilos no início da pandemia”, explicou.