O Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass) vai tentar mudar nesta quinta-feira (27) em Brasília a organização da imunização de grupos prioritários para ordem decrescente de idade com uma porcentagem reservada para grupos prioritários. Este conjunto incluiria, por exemplo, os trabalhadores da educação. O grupo, do qual o titular da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), Ismael Alexandrino, é vice-presidente, se encontra com o Ministério da Saúde durante reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT).
A proposta, que era uma intenção já anunciada por Alexandrino anteriormente, sobre mudanças no Plano Nacional de Operacionalização (PNO) da Vacinação contra a Covid-19 será apresentada por escrito. A alteração, de acordo com o secretário, tem apoio do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).
A discussão com o Ministério da Saúde está sendo adiada desde a última sexta-feira (21). Enquanto isso, como mostrou reportagem do POPULAR desta quarta-feira (26), a imunização em alguns dos maiores municípios goianos é realizada de forma heterogênea.
Questionado pela repórter do POPULAR Fabiana Pulcineli na tarde desta quarta-feira sobre o fato de a vacinação na capital não avançar, o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), respondeu que a cidade já aplicou 578,3 mil doses. “Algumas cidades avançam os grupos quando falta adesão da população. Em Goiânia não existe vacina parada!”, tweetou. Depois disso, a Prefeitura anunciou que retoma a imunização nesta quinta-feira para pessoas com comorbidades, deficientes permanentes, trabalhadores da educação e aeroportuários.
Já em Aparecida de Goiânia nesta quinta, a imunização avança para a população de rua e trabalhadores do transporte, caminhoneiros, trabalhadores portuários, industriais e da limpeza urbana. O município é o primeiro do Estado a alcançar todos os grupos previstos pelo Ministério da Saúde.
A superintendente de Vigilância em Saúde da SES-GO, Flúvia Amorim, esclarece que nem Goiânia, nem Aparecida estão erradas ou atrasadas. De acordo com ela, a questão é que os municípios, devido ao tamanho de cada um deles, adotaram estratégias diferentes de imunização.
Questionada sobre o fato de as cidades goianas estarem em fases tão diferentes da imunização, uma vez que a distribuição de doses ocorre de maneira proporcional para os municípios, a superintendente diz que a situação não é incomum. “Não se pode esperar que Goiânia, que tem uma população praticamente três vezes maior que Aparecida, tenha a mesma resposta.”
A superintendente de Vigilância em Saúde de Goiás revela que tem acompanhado o avanço no PNO de todos os municípios goianos e que Aparecida está agindo dentro do permitido e recomendado. “Se um município tem grupos muito grandes, ele pode escolher vacinar um de cada vez. Se ele tem grupos com volume menor, eles podem decidir fazê-la de maneira concomitante”, explica.
É o que optou por fazer Aparecida de Goiânia. “Abrimos a vacinação das pessoas com comorbidades e ficamos cerca de 15 dias com os postos com uma procura baixa. Depois disso, com cerca de 20 mil doses paradas, resolvemos ampliar”, revela a coordenadora de imunização do município, Renata Cordeiro, que reforça que a vacinação de membros de outros grupos prioritários como, por exemplo, pessoas com doenças pré-existentes, também estão sendo vacinados caso cheguem aos postos.
Até o momento, cerca de 11 mil das 19 mil pessoas com comorbidades já foram se vacinar. “Acreditamos que este número esteja superestimado pois engloba idosos e pessoas com menos de 18 anos. Mesmo assim, abrimos 500 vagas para atendimento médico para a emissão de laudos comprobatórios para a população caso esse seja o empecilho que esteja impedindo membros do grupo de se vacinarem”, explica.
Segurança
O município já vacinou todos os trabalhadores das forças de segurança e salvamento e idosos. Em relação aos profissionais da saúde, 95% das 18 mil pessoas já foram vacinadas. Nesta quarta-feira, o município imunizou os trabalhadores da educação. Cerca de 3 mil pessoas receberam doses e os postos ficaram movimentados. A estimativa é de que o grupo seja composto por cerca de 6 mil pessoas. Ao longo da semana, seguem sendo vacinadas as populações carcerárias e de rua.
Nesta quinta, os trabalhadores do transporte, caminhoneiros, trabalhadores portuários, industriais e da limpeza urbana serão imunizados. O montante de 11,1 mil doses da AstraZeneca que chegou até a cidade nesta quarta-feira irá reforçar o estoque do município para imunizar o grupo com cerca de 25 mil pessoas. “A maior demanda é dos trabalhadores industriais, que tem cerca de 20 mil pessoas”, finaliza Renata.
Capital imuniza professores
A vacinação em trabalhadores da educação e aeroportuários em Goiânia começa nesta quinta-feira (27) junto com o retorno da imunização das pessoas com comorbidades e deficientes permanentes. O atendimento ao grupo deve ser agendado pelo aplicativo Prefeitura 24 horas.
Inicialmente, serão imunizados professores e trabalhadores da educação infantil, tanto da rede pública quanto privada.
A vacinação de trabalhadores da saúde continua e o reforço da AstraZeneca em idosos a partir de 76 anos também. Além disso, a campanha de vacinação contra a Influenza segue normalmente.
Serão vacinados professores e trabalhadores que atuam na educação infantil, a partir de 18 anos. Eles devem fazer o agendamento pelo aplicativo. Não serão vacinadas pessoas que atuam em cursos profissionalizantes, escolinhas esportivas, de dança e afins. Para tomar a vacina, é necessário levar a autodeclaração assinada (disponível no site da SMS) e comprovante de atuação na área.
Trabalhadores aeroportuários devem agendar o atendimento para o Centro de Saúde da Família (CSF) Guanabara I no aplicativo e apresentar documentos pessoais, comprovante de endereço e de atuação na área.
Goiânia recebe 12 mil doses
Na remessa de 189 mil doses da AstraZeneca que chegou a Goiás nesta quarta-feira (26), apenas 12 mil ficaram em Goiânia, sendo que 3,6 mil (30%) são destinadas para a imunização de profissionais da saúde. Sendo assim, sobram 8,4 mil doses para serem aplicadas nas pessoas deficientes e com doenças pré-existentes.
Na penúltima remessa de doses da AstraZeneca que chegou no Estado, a capital não ficou com nenhuma dose. Normalmente, Goiânia recebe de 20 a 30 mil doses de vacina por conta do tamanho da população que possui.
A superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), Flúvia Amorim, aponta que isso está ocorrendo porque a capital tem recebido doses da vacina da Pfizer, que não vão para o interior. “Dessa forma, conseguimos equilibrar o envio de doses para todos os municípios.”
No Estado, as doses da Pfizer são enviadas apenas para Goiânia, Anápolis, Aparecida de Goiânia, Rio Verde e Trindade porque apenas esses municípios têm condições estruturais de mantê-las armazenadas na temperatura adequada.
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