A Polícia Civil apreendeu, na manhã desta quinta-feira (29), quatro armas de fogo na casa do morador que aparece em um vídeo chamando a porteira de macaca e chimpanzé, em Goiânia (veja o vídeo abaixo). Investigado por injúria racial e ameaça, Vinícius Pereira da Silva responde ao processo em liberdade.
O advogado do investigado, Abner Machado, informou que vai se pronunciar em um "momento oportuno". O G1 também tentou contato com Vinícius, por mensagem enviada às 10h45, e aguarda retorno.
O episódio aconteceu no último dia 18 de abril, no condomínio de luxo em que o investigado mora no Jardim Goiás, bairro nobre da capital, após a porteira ter pedido que ele se identificasse para liberar a entrada dele no prédio. Desde então, a Polícia Civil investiga o caso.
Foram cumpridos mandado de busca e apreensão no apartamento de Vinícius, na capital, e em uma propriedade rural do investigado na cidade de Cocalinho (MT). De acordo com a corporação, apenas a filha e sogra do suspeito estavam no imóvel localizado em Goiânia. Segundo a polícia, elas confirmaram que ele é o dono das armas.
O delegado Gil Bathaus, responsável pelas investigações, afirmou que, até as 10h40, ainda não tinha informações sobre o que os policiais encontraram na fazenda.
O investigador disse que já está analisando as armas e documentos apreendidos. Caso as armas não sejam registradas, Vinícius também responderá por posse ilegal.
“Estamos checando as armas e documentos apreendidos. Ele está em liberdade, não tem mandado de prisão contra ele. Se as armas estiverem irregulares, ele também será indiciado por porte ilegal”, disse o delegado ao G1.
Vinícius chegou a ser intimado para prestar depoimento à Polícia Civil no último dia 20, mas não compareceu. Um dos seus defensores argumentou que o cliente não estava se sentindo bem.
Os advogados haviam sugerido o interrogatório por vídeo argumentando que seria mais seguro por causa da pandemia da Covid-19 e devido à proporção que o caso tomou, o que foi acatado pelo delegado. Porém, o investigador decidiu liberar Vinícius de prestar depoimento após a defesa dele adiantar que ele faria uso do seu direito de se manter em silêncio.
Vídeo registra ofensas
Segundo a porteira, que não quis ser identificada, a discussão começou porque o morador chegou de carro em frente ao portão da garagem e piscou os faróis, querendo entrar sem se identificar. A funcionária explicou que não poderia abrir para qualquer um que fizesse um sinal e que precisava que o homem se identificasse, o que irritou o morador.
Segundo a vítima, após ela não abrir o portão, o morador foi até a portaria e a ofendeu. Ela filmou a ação do morador.
“Grava, macaca! Chimpanzé! Chipanga! Me encara, desgraça”, diz o homem à porteira.
Minutos após ofendê-la pessoalmente e subir ao apartamento onde mora, ele ligou na portaria e continuou com a discussão. A mulher questiona o motivo de estar sendo ofendida, e ele responde:
“Porque você não presta, desgraça. Você é uma merda, abaixo de zero”.
O homem ainda ameaça a porteira dizendo que é policial federal e que vai descer até ela armado: “Vou meter minha arma na cintura e vou aí resolver”. A Polícia Federal informou que o homem não pertence à corporação.
O síndico do prédio, Anderson Schneider, disse que a porteira seguiu o protocolo correto ao não abrir o portão. Em nota, a administração do condomínio informou que está acompanhando o caso e se colocou totalmente à disposição da Polícia Civil.
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