Um homem de 32 anos está preso suspeito de enviar mais de 50 áudios de ameaça contra a ex-namorada, de 21, em Trindade. Segundo a Polícia Civil, desde o fim do relacionamento, o homem tem tido atitudes cada vez mais agressivas contra a mulher. A vítima tem, inclusive, medida protetiva contra o suspeito, que está obrigado a manter distância dela, mas não vem cumprindo a determinação judicial.
De acordo com a Polícia Civil, por volta das 8 horas desta terça-feira (14), o homem invadiu a casa da ex-namorada, no bairro Residencial Tempo Novo. Ao perceber que a jovem não estava na residência, o suspeito ficou ainda mais agressivo e começou a enviar uma extensa sequência de áudios para a mulher.
Os áudios são compostos de ofensas e ameaças contra a vítima. “Dizia que iria botar fogo nela, pra ela não brincar com ele, etc. Falava sobre um namoradinho novo dela, dizia que tinha uma pistola com 16 munições e ia cair com o “bonde””, detalha a delegada Cássia Borges.
No mesmo momento, a jovem foi até a Delegacia da Mulher em Trindade. Lá, apresentou os fatos aos investigadores, que acompanharam em tempo real o envio das ameaças.
Diante dos fatos, os policiais foram em busca do suspeito e o encontraram em um bar, no Residencial Tropical Ville. No estabelecimento, os agentes prenderam o homem em flagrante e o conduziram até a delegacia.
Aos policiais, o suspeito admitiu que invadiu a casa da ex-namorada e a ameaçou. Porém, não informou o que pretendia fazer na residência e atribuiu a agressividade com a mulher à bebida alcoólica.
O suspeito deverá responder, não só pelo crime ameaça, como também por descumprir a medida protetiva. Até a manhã desta quarta (15), o sujeito continua detido no presídio do município. O crime de descumprimento de medidas protetivas não admite fiança.
A vítima relatou sentir muito medo do homem conseguir concretizar as ameaças de morte. Segundo a jovem, o relacionamento durou sete anos. Ambos têm uma filha.
A mulher explicou à investigadora que o homem desenvolveu um comportamento cada vez mais agressivo e violento ao longo dos anos, inclusive com episódios de agressões físicas contra ela.
“A questão de buscar a filha acaba sendo pauta para ele mandar mensagens e descumprir as medidas”, explica a delegada.
Ainda, segundo a investigadora, é comum que agressores tentem justificar atos violentos com alegações de ciúme e consumo de bebidas alcoólicas.
Dados do Observatório da Secretaria de Segurança Pública coletados em 2021 comprovam que a violência contra a mulher é comum. De janeiro a setembro deste ano o estado de Goiás registrou quase 8 mil episódios de mulheres vítimas de lesão corporal.
Informações do governo federal corroboram essa realidade. Em 2019, 74% das denúncias ao Ligue 180 foram de mulheres agredidas pelos maridos ou ex-companheiros. Sendo que, 55% delas eram mulheres negras.
Ajude a denunciar esses crimes. O Ligue 180 escuta e acolhe mulheres em situação de violência. O serviço registra e encaminha denúncias aos órgãos competentes, bem como reclamações, sugestões ou elogios sobre o funcionamento dos serviços de atendimento.