A mulher de um idoso agredido a golpes de machado por Lázaro Barbosa, de 32 anos, suspeito de fazer chacina em Ceilândia (DF), contou que ele matou o cachorro da família com um facão e ameaçou matar quatro pessoas que estavam na chácara durante uma invasão, em abril do ano passado, em Santo Antônio do Descoberto, em Goiás.
A invasão aconteceu em 8 de abril de 2020. Lázaro Barbosa agrediu todos os idosos a golpe de machados. Um deles ficou com uma sequela física após ser golpeado na cabeça e mexe apenas os olhos.
A vítima preferiu não se identificar pelo trauma que ficou depois da invasão, mas detalhou falas do suspeito durante o roubo. Depois de levar os idosos para um quarto, ele disse que "tinha noite toda para matar" e que não estava com pressa, por saber que poucas pessoas viviam naquela região.
"Ele falou assim: 'tenho a noite toda pra poder fazer o que eu vim fazer e eu não tenho pressa porque eu sei que aqui não vem ninguém, só vem gente final de semana. Então vocês se acomodem aí no quarto porque eu vou demorar, eu não tenho pressa não. Mas eu vou matar todo mundo'", detalhou a mulher.
Atualmente, a mulher mora no Distrito Federal. Naquela época, a Polícia Civil indiciou Lázaro Barbosa pelos crimes de roubo mediante restrição de liberdade das vítimas, emprego de arma branca e por tentativa de latrocínio.
Lázaro agora é suspeito de matar uma família em Ceilândia (DF), na semana passada, e fugir para Cocalzinho de Goiás. Desde que ele chegou no estado goiano, a Secretaria de Segurança Pública (SSP-GO) montou uma força-tarefa com 200 homens para capturá-lo. Há 10 dias, esses policiais estão nas matas dos distritos de Girassol e Edelândia em busca dele.
Surpreendidos
Segundo o relato da idosa, as pessoas que estavam na chácara não perceberam a chegada de Lázaro e foram surpreendidas com ele já dentro da casa, apontando um facão para o pescoço do marido dela.
"Quando a gente viu, ele já estava numa gravata com meu marido e um facão no pescoço dele e dizendo: 'perdeu, perdeu'. Ele foi muito agressivo. Falava o tempo todo que ia matar a gente", recordou.
10 dias de buscas
Até este momento, tropas de elite das polícias Civil (GT3), Militar (Bope e Rotam), Federal (COT) e Rodoviária Federal (PRF) integram os grupos de caça e são apoiados por helicópteros, cães farejados e drones com visão térmica. A operação também aguarda a chegada de mais homens da Força Nacional. A operação foi retomada nesta sexta-feira (18) e já dura 10 dias.
São ao menos 11 propriedades invadidas, 4 pessoas feitas reféns (todos resgatados) e mais 4 trocas de tiros, com policiais e um caseiro
Na quinta (17), os policiais encontraram um colchão dentro da mata, que pode ter sido usado pelo fugitivo para dormir.
O mapa das cidades que Lázaro percorre para se esconder, Edelândia, Girassol e Cocalzinho de Goiás, mostra que ele percorreu cerca de 70km a pé pelas matas do estado, e algumas ocasiões com carros roubados de moradores, os quais abandonou pelo caminho ao avistar policiais.
O suspeito da chacina tem hábito de invadir casas rurais durante a noite para se alimentar e depois passar o dia escondido em matas e rios, conforme o perfil de fuga traçado pela polícia.
Confira cronologia da fuga:
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Parcialmente nubladoMín. 15° Máx. 25°
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