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Polícia "Mensageiras"

Duas advogadas são presas suspeitas de envolvimento com facção criminosa em Goiás

Outras três profissionais foram alvo da operação suspeitas de ligar integrantes presos a pessoas em liberdade

16/06/2021 21h28
Por: Santa Helena Agora Fonte: G1 Goiás
Divulgação/Polícia Civil
Divulgação/Polícia Civil

Duas advogadas foram presas em Goiânia por suposto envolvimento com uma facção criminosa, responsável por grande parte do comércio de cocaína de Goiás. De acordo com o delegado Klayter Camilo Resende, além das prisões, outras três profissionais foram alvo da operação “Patrocínio infiel”, suspeitas de ligar integrantes presos a pessoas em liberdade.

“Elas faziam uso das prerrogativas da advocacia para acessar os presos no interior de unidades prisionais. Ao invés de tratar de assuntos profissionais, da defesa dos direitos dos presos, usavam o tempo para transportar mensagens tratando sobre o tráfico de drogas, venda de armas e ataques a membros de facções criminosas rivais”, diz o delegado.

Por não terem a identidade divulgada, o G1 não conseguiu contato com a defesa das suspeitas.

A operação foi deflagrada nesta quarta-feira (16) pela Polícia Civil, mas a investigação começou em 2019. O delegado completa que além da função de “mensageiras”, algumas delas são investigadas por lavagem de dinheiro e foi detectada uma movimentação financeira de R$ 150 milhões entre os anos de 2017 e 2020.

“Foi detectada uma rede de lavagem, não só dessas advogadas, mas também várias empresas que existem e empresas que são de fachada. Além de contas bancárias de pessoas físicas que são usadas para circular o dinheiro da facção criminosa. E também pagamento de fornecedores, envios de recursos para outros estados da federação”, explica.

A corporação pontua que 155 policiais foram mobilizados e foram cumpridos 72 mandados judiciais, 39 de busca e apreensão e 33 de prisão. O delegado narra que R$ 49.3 milhões foram bloqueados, sete imóveis e dois veículos apreendidos, um deles sendo considerado de luxo.

Segundo a Polícia Civil, o nome da operação é inspirado no crime de patrocínio infiel, descrito no Código Penal como a conduta do advogado que trai seu dever profissional no exercício do ofício.

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