Uma mulher de 27 anos denuncia ter sido vítima de estupro por um policial militar, após sair de um bar em Mineiros, no sudoeste do estado. Segundo a denúncia feita na Corregedoria da Polícia Militar, ela estava sozinha no carro quando foi abordada por uma viatura da corporação e um sargento insistiu para dirigir o veículo até a residência dela.
"Repeti para ele duas vezes que eu não queria a ajuda dele. Aí ele falou: 'Você está bêbada, vou te levar em casa'", explicou a mulher.
O G1 solicitou posicionamento da Polícia Militar nesta quinta-feira (10), por e-mail, e aguarda resposta. A denúncia também foi registrada no Ministério Público de Mineiros, que disse acompanhar o caso.
O caso aconteceu em 3 de junho e foi registrado na corregedoria no dia seguinte. A mulher contou na denúncia que dirigia com um copo de vidro com cerveja entre as pernas. O copo quebrou e os cacos feriram a coxa e a mão esquerda. Foi quando parou o veículo para se limpar e o policial a abordou.
O militar dirigiu o carro dela, enquanto outro policial seguia atrás no carro da corporação, segundo a denúncia. Ela conta o policial entrou na casa e a levou paro o quarto.
Sem reação diante da atitude do policial e por medo, a mulher conta que obedeceu às ordens do militar de tirar a roupa e se deitar na cama. A denúncia relata que, neste momento, aconteceu o estupro.
“Você não tem reação nem para se defender. Você fica pensando: 'O cara está armado. Se eu fizer alguma reação, me leva presa e fala que eu fui eu que agredi, né?'. Você fica naquele pensamento todo o tempo. Não sabe o que faz”, desabafou a mulher.
O relato feito à corregedoria diz ainda que o outro policial que seguiu o carro dela ficou o tempo todo do lado de fora da casa e o militar não desceu. O estupro durou cerca de 15 minutos.
Medo
Depois de o policial ir embora da casa, a mulher explica que ligou chorando para a mãe e uma irmã. A mãe, então, enviou um motorista de aplicativo para buscá-la.
"Falei para ela: 'Mãe, eu estou com medo. Não posso denunciar, ele é um policial. Se ele fizer alguma coisa comigo? A gente fica com medo", contou.
Após chegar na casa da mãe, onde a irmã também a aguardava, policiais militares a levaram para o quartel da corporação para registrar a denúncia. Em seguida, ela foi levada para fazer exames de corpo de delito.
"Justiça, justiça. A gente tenta confiar em um órgão que poderia estar nos protegendo ao invés de fazer mal. Estou tendo crises de ansiedade, antes eu não tinha", lamenta a mulher.
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