Uma mulher de 32 anos foi presa suspeita de se passar por fiscal ambiental para cobrar propina de fazendeiros em Goiás. As investigações apontaram que, se passando por funcionária da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), ela entrava em contato com as vítimas, por telefone, e pedia dinheiro para evitar que a fiscalização fosse até a propriedade rural.
O G1 não conseguiu localizar a defesa da investigada até a última atualização desta reportagem.
A mulher foi presa na última quarta-feira (9), em Goiânia, depois que policiais militares, por meio do Batalhão Ambiental, se passaram por um fazendeiro e marcaram um encontro com a investigada, como explica o tenente coronel Geraldo Paschoal.
“Ela marcou um encontro com uma pessoa para pegar o dinheiro de uma suposta propina que ela estava cobrando. E foi exatamente onde o Batalhão Ambiental trabalhou em conjunto com a Semad para trazer essa pessoa até a Justiça”, disse.
Em conversas obtidas pela TV Anhanguera, a suspeita demostrava que tinha o poder de intervir nos processos dentro da secretaria, de forma que deixava a situação favorável ao produtor rural que tivesse cometido alguma irregularidade.
“A gente vai fazer um relatório no sistema como se o auditor estivesse ido lá e estivesse tudo dentro das normas exigidas. (...) Se, por exemplo, daqui dois meses vier a fiscalização do Ministério Público para lá, aí a gente faz outro relatório como se lá estivesse tudo dentro das normas exigidas”, disse a investigada.
Segundo o superintendente de proteção ambiental e desenvolvimento sustentável da Semad, Robson Santos, as investigações começaram depois que um fazendeiro de Jussara, na região noroeste do estado, desconfiou da golpista e avisou a secretaria. Nesse caso, ela pediu cerca de R$ 4 mil ao fazendeiro, conforme as investigações.
“Ela se apresentava como uma pessoa que tinha influência dentro da secretaria, que tinha acesso aos nossos sistemas e que conseguia, inclusive, direcionar os fiscais de fiscalização para outras áreas. É importante ressaltar que ela não tem vínculo com a secretaria, não é servidora”, afirmou.
Segundo o superintendente, ainda não foi possível saber quantos agricultores foram vítimas da investigada nem qual o prejuízo causado. No entanto, ele alerta para que outras pessoas não caiam em golpes parecidos.
“As nossas ações de fiscalização são executadas in loco. Não tem ligação prévia. A gente não faz nenhum tipo de comunicação, a não ser depois do processo administrativo já instaurado. E aí, essas notificações sempre são formais, nunca por telefone”, explicou.
O G1 solicitou à Polícia Civil, na manhã desta quinta-feira (10), informações sobre o que a mulher disse em depoimento, para onde ela foi levada e por quais crimes ela irá responder, e aguarda retorno.
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