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Polícia 'Acorda gritando'

Avó diz que menino torturado pelo pai está traumatizado com agressões e sente dores

Ele está morando com dois irmãos e avós após a prisão do pai, que confessou dar choques e afogar menino

10/06/2021 13h13
Por: Santa Helena Agora Fonte: G1 Goiás
Divulgação/Polícia Civil
Divulgação/Polícia Civil

O menino de 8 anos que teria sido torturado pelo pai com choques elétricos e afogamento em Goiânia conta que está traumatizado após as agressões. Atualmente ele está morando com a avó materna. O pai foi preso e confessou que sentia prazer em bater no filho e que a violência acontecia quando ele estava bêbado.

A avó conta que as torturas não saem da cabeça do neto.

“Todo momento ele lembra, ele não dorme à noite, ele fica assustado, acorda gritando, sabe? E ele sente dor”, contou.

O menino também relata os traumas. “Eu não estou conseguindo dormir muito bem”, disse.

Segundo a polícia, a mãe biológica do menino o abandonou ainda recém-nascido. Ele, então, morava com a avó materna. No início da pandemia, em março de 2020, o pai pediu que o filho fosse passar uns dias na casa dele. Desde então, a criança estaria sendo torturada.

“Nunca imaginava que ele fazia uma coisa dessas com ele. Entreguei esse menino para ele sem um arranhão, sem nenhum arranhão. E ele entregou o menino todo machucado, sabe? É um sentimento que só Deus sabe”, contou a avó.

O nome do investigado não foi divulgado pela polícia. Portanto, o G1 não conseguiu localizar a defesa dele para que pudesse se posicionar sobre o caso.

Ajuda

O menino torturado está morando com outros dois irmãos e os avós maternos. Porém, a família está enfrentando dificuldades financeiras e pede ajuda para se manter e pagar as contas.

A energia elétrica foi cortada e a avó tem uma dívida de R$ 400 no mercado. A mulher trabalha como serviços gerais e está à procura de uma oportunidade de trabalho.

“Eu peço que me ajude com alimentação. Eu estou desempregada, meu esposo também está desempregado. Eu moro aqui de favor e estou sem energia. Não estou tendo condição de nada”, contou a mulher.

Tortura

O menino contou aos policiais que o pai o agredia de diversas formas, entre elas fazendo o uso de choques elétricos.

“Inicialmente, a criança relatou que seu pai começou a agredi-la com um fio de energia. Com o tempo, ele começou a descascar esse fio, ligar na tomada e encostar no corpo da criança, causando queimaduras”, contou o delegado Wesley Silva.

As marcas das agressões ficaram por todo corpo. As costas têm várias marcas das queimaduras causadas pelo choque. As unhas estão quebradas ou marcadas devido ao uso de alicates. O objeto também era usado para puxar a língua da criança.

O pai da criança, de 25 anos, vai responder pelo crime de tortura. Ao ser ouvido pela polícia, o jovem apresentou várias versões para as agressões, como o fato de consumir bebida alcoólica e ficar agressivo.

“No decorrer do interrogatório, ele disse que sente uma raiva muito grande da família materna desta criança. Posteriormente, ele chegou a afirmar que, quando ele era criança, também sofria agressões físicas do seu genitor e se achava no direito por isso".

"Por fim, ele relatou que, na verdade, era porque ele sentia uma espécie de prazer quando praticava esses atos contra o seu filho”, disse o delegado.

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