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Educação Volta às aulas

Aulas voltam em agosto em Goiás mesmo sem segunda dose para todos os profissionais

Intervalo entre as doses impede que todos os trabalhadores da Educação estejam com o ciclo completo de vacinação até o início do semestre letivo

09/06/2021 08h50
Por: Santa Helena Agora Fonte: O Popular
Pixabay
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As escolas públicas da rede estadual de Goiás irão retomar as atividades presenciais antes da maioria dos servidores receberem a segunda dose da vacina contra a Covid-19. Três semanas após a campanha de vacinação alcançar a categoria, o governo estadual definiu que a retomada parcial será feita a partir do dia 2 de agosto. Levando em consideração o início da imunização do grupo, a segunda dose começaria a ser aplicada duas semanas após o primeiro dia de aula e atingiria a maioria apenas em setembro.

A gestão estadual já trabalhava com a possibilidade de retorno há algumas semanas. Em entrevista nesta terça-feira (08), o governador Ronaldo Caiado (DEM) confirmou a decisão. Ao POPULAR, a superintendente de Organização e Atendimento Educacional da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Patrícia Moraes Coutinho, diz que a volta está marcada para a primeira segunda-feira de agosto. De acordo com Caiado, com a reserva de parte das vacinas para os professores, o Estado deve conseguir imunizar a maior parte da categoria antes dessa data, prevendo de 80% a 90% com a segunda dose no final de julho.

Apesar disso, pelo calendário das vacinas utilizadas no País, que prevê intervalos que vão de 21 a 84 dias, a maioria dos profissionais deve voltar para a sala de aula antes de receber a segunda dose. Isso porque desde que os municípios começaram a vacinar os servidores da educação, a maioria das doses disponíveis para primeira dose foi da Astrazeneca e Pfizer, ambas com previsão de intervalo de 12 semanas para aplicação da segunda dose. Segundo Patrícia Coutinho, a previsão é de que, de fato, parte dos trabalhadores não terá recebido o reforço do imunizante na data do retorno às escolas.

No Plano Estadual de Vacinação, o governo estadual estima que 106 mil profissionais da educação devam ser vacinados, atingindo todos os departamentos das escolas. Do total, 81.265 são profissionais da Educação Básica e outros 24.843, do Ensino Superior. No balanço da Secretaria Estadual de Saúde (SES) atualizado segunda (08), 64.475 pessoas do grupo receberam a primeira dose da vacina, 61% do total. Já a segunda dose chegou a 112 pessoas, o que representa 0,1% do grupo.

Segundo a superintendente da Seduc, nem todos os professores voltariam às salas de aula de imediato, já que o retorno irá obedecer ao limite de 30% da capacidade das escolas. Assim, não haveria demanda para todos os professores na modalidade presencial, segundo ela. “Vão retomando de acordo com o planejamento de aulas”, diz Patrícia Coutinho. Segundo a Seduc, parte dos municípios já teria atingido 100% de profissionais da Educação vacinados, o que traz expectativas para que a segunda dose seja aplicada antes do início das aulas.

A gestora destaca que ações do Estado dão garantia para a volta híbrida, tendo as escolas sido equipadas com internet de alta velocidade. Acreditando ter condições estruturais para o retorno, Coutinho diz que há espaço para ampliação da capacidade de cada escola. “A volta será atendendo integralmente as orientações do COE. Se tiver mudanças, nós ajustamos. Se chegar em agosto e falar que podemos ampliar para 50%, nós estamos preparados”, diz a superintendente.

Professores

Para a professora Thais Rodrigues, que trabalha em uma escola pública de Goiânia, a volta representa uma mistura entre ansiedade e preocupação. A educadora lembra que a área observa uma defasagem no aprendizado dos estudantes, o que mostra necessidade de retorno. Apesar disso, ela afirma ter dúvidas como será o funcionamento. “Com a vacinação é seguro, mas precisamos nos preocupar com a prática dentro das escolas”, considera.

A professora Flávia Marques, servidora da rede estadual, é mais dura e não vê segurança no retorno. Ela diz que tenta agendar sua vacina e ainda não conseguiu. Flávia diz acreditar que mesmo após as duas doses ainda é necessário obedecer ao tempo de efeito do imunizante, que varia de duas a quatro semanas após a aplicação do reforço (veja quadro). “São muitas expectativas e a gente não sabe exatamente como vai ser”, diz sobre a falta de explicações oficiais. A educadora também cita a preocupação com a saúde de alunos e familiares.

Para a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), Bia de Lima, o momento propicia a preparação para a retomada parcial. A representante diz que pretende dialogar com o governo para definir a volta das aulas no dia 18 de agosto, duas semanas após a previsão do Governo estadual. 

A sindicalista também propõe que a volta leve em consideração os professores que tomaram as duas doses, indicando a possibilidade de revezamento da classe docente. Por parte do Conselho Estadual de Educação (CEE), entidade que Bia de Lima participa, a entidade ainda discute como será a volta.

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