Quatro pessoas foram presas suspeitas de aplicar golpes conhecidos como “bença tia” por meio de um aplicativo de mensagens em Goiás. Segundo a Polícia Civil, também foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão em oito cidades do estado. De acordo com a investigação, os suspeitos causaram prejuízo de R$ 260 mil para três idosos, sendo que duas das vítimas transferiram mais de R$ 100 mil, cada.
Os detidos são duas mulheres e dois homens, sendo que duas das pessoas são de Anápolis, uma de Alexânia e outra de Águas Lindas. Como os nomes deles não foram divulgados pela corporação, o G1 não conseguiu localizar as defesas deles para que se posicionem.
A operação, chamada de “Bença Tia Digital”, aconteceu na manhã desta terça-feira (1º) por policiais da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos (Denarc), e é resultado de um trabalho de oito meses de investigações.
Com a ação, a polícia identificou 15 pessoas, distribuídas em oito cidades: Goiânia, Aparecida de Goiânia, Senador Canedo, Anápolis, Alexânia, Águas Lindas, Luziânia e Nova Crixás. De acordo com a delegada Sabrina Leles, da Denarc, os suspeitos causaram prejuízo de R$ 260 a três vítimas.
“Todas eram vítimas idosas, que acabaram acreditando naquele golpe do criminoso e transferindo os valores. Uma delas realizou quatro transferências e a outra realizou três, que, somadas, ultrapassam mais de R$ 100 mil cada uma”, informou.
A policial explicou que, nestes golpes, os criminosos usam fotos de familiares das vítimas e se passam por eles, pedindo dinheiro emprestado. Na maioria dos casos, os suspeitos justificam que não estão conseguindo acessar o aplicativo do banco e precisam pagar contas.
“São aplicativos de mensagens em que os criminosos utilizam uma foto daquela pessoa que eles estão se apossando da identificação para solicitar dinheiro para os pais, irmãos, tios”, disse.
A delegada disse ainda que, normalmente, os investigados pedem transferências bancárias para contas de “laranjas”, que são criminosos que alugam suas contas bancárias para receber esses valores.
Segundo a investigadora, todos os detidos possuem passagens anteriores pela polícia. “Os quatro que foram presos temporariamente já possuem condenações ou investigações anteriores por crimes, inclusive, uma das presas é condenada pelo crime de tráfico”, disse.
Sabrina informou ainda que vai indiciar os quatro presos e os demais investigados por estelionato, associação criminosa e lavagem de dinheiro - crimes que, somados, podem chegar a pena de 10 anos de reclusão.
A delegada alerta que é preciso que a população fique atenta para evitar cair nestes golpes.
“Depois que eles percebem que conseguem tirar algum valor com aquele golpe, eles exploram ainda mais aquelas vítimas. Tem pessoas que só percebem que foram vítimas do golpe depois que transferiram dinheiro várias vezes, até que liga para aquele familiar e toma conhecimento que era golpe”, explicou.
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