Assim que finalizada a vacinação dos idosos contra a Covid-19, os municípios goianos terão que comprovar para a Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) que o grupo prioritário foi imunizado. “Já passamos esse documento para o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado de Goiás (Cosems-GO) e os municípios têm ele em mãos”, diz Flúvia Amorim, superintendente de Vigilância em Saúde da SES-GO.
A expectativa do governador do Estado, Ronaldo Caiado (DEM), é que as 161,2 mil doses de vacina que chegaram em Goiás na quinta-feira (29) sejam suficientes para vacinar todas as pessoas com mais de 60 anos. “A partir daí, com a chegada de novos lotes, esperamos que com mais frequência, entraremos nas comorbidades”, disse na manhã desta quinta durante a chegada das doses.
Flúvia explica que pelo fato dos portadores de comorbidades serem o maior grupo a ser imunizado no Estado (616,5 mil pessoas), é preciso finalizar toda a vacinação de idosos, trabalhadores da saúde e das forças de segurança e salvamento, antes de partir para a imunização desse grupo. “Não vamos conseguir vacinar esse grupo, tendo outros em aberto”, diz.
De acordo com informações do Painel da Covid-19, da SES-GO, 665,9 mil (85%) idosos já tinham recebido a primeira dose da vacina contra a doença até a tarde de quinta. A estimativa é de que existam 779,5 mil pessoas nessa faixa etária no Estado. Já em relação aos trabalhadores da saúde, 172,4 mil (83%) receberam a primeira dose, sendo que em Goiás o grupo é composto por 206,8 mil pessoas. E 15,7 mil (55%), dos 28,3 mil profissionais das forças de segurança e salvamento e funcionários do sistema penitenciário também receberam a primeira dose.
A superintendente esclarece que muitos municípios chegam até a SES-GO informando sobre o fim da vacinação desses grupos. Entretanto, quando a pasta faz a conferência, percebe que pessoas deixaram de ser vacinadas. “Perguntamos se vacinaram, por exemplo, trabalhadores de farmácias, e eles respondem que não. Por isso, pedimos que as prefeituras voltem a consultar o Ofício Nº 57, do Ministério da Saúde, para verificar todos os profissionais que precisam ser imunizados”, relata.
Além de finalizar e comprovar a vacinação total de idosos, trabalhadores da saúde e das forças de segurança e salvamento, os municípios têm outro desafio para iniciar a imunização dos portadores de comorbidades: atualizar totalmente o sistema do Ministério da Saúde onde se registram as doses aplicadas. Caiado fez um apelo aos prefeitos nesta quinta-feira (29): “Peçam atenção redobrada para que Goiás não fique privado de receber doses para iniciarmos os pacientes que têm comorbidades.”
Goiânia
Em Goiânia, a vacinação com primeira dose será retomada nesta sexta (30), com idosos a partir de 61 anos, independentemente da letra inicial do nome. Não haverá vacinação de segunda dose para idosos, pois, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da capital, nenhuma faixa etária está dentro do prazo previsto.
O retorno ocorreu após o recebimento de 22.250 doses da vacina da AstraZenca/Fiocruz na tarde desta quinta. De acordo com a SMS, 5% (1.110) serão para trabalhadores das Forças de Segurança e Salvamento e 30% (6.675) para trabalhadores da Saúde, restando 14.465 mil para a primeira dose de idosos.
Além das escolas municipais e dos drive-thru do Shopping Passeio das Águas e Estádio Serra Dourada, os idosos também serão atendidos no Sesc Faiçalville, na modalidade pedestre. A vacinação no Serra Dourada será reforçada com 75 militares do Exército Brasileiro.
A imunização de trabalhadores da Saúde com a aplicação da primeira dose continua nas escolas municipais e a aplicação do reforço no Shopping Cerrado, no Espaço Bem-Estar da Unimed e na Igreja Universal da Avenida Goiás.
Nesta quinta-feira foi o primeiro dia que ocorreu a vacinação no posto da Igreja Universal do Reino de Deus, da qual o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) é licenciado. O POPULAR esteve no local e a movimentação foi tranquila. Essa é a primeira vez que um templo religioso funciona como espaço voltado para essa função na cidade. Em nota, a Prefeitura informou que a utilização do local faz parte de um esforço coletivo para dar mais celeridade na vacinação na capital.
Aplicação da vacina da Pfizer será desafio
A aplicação das doses de vacinas da Pfizer/BioNTech, que devem chegar na próxima segunda-feira (3) em Goiás, será um desafio para o governo estadual em termos logísticos. De 1 milhão de doses recebidas pelo Brasil, 17 mil serão destinadas para o Estado e todas serão usadas em Goiânia. Caso a vacinação de idosos ainda não tenha sido finalizada, ela deverá servir para terminar a imunização desse grupo.
A superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), Flúvia Amorim, aponta que as doses não serão enviadas para outros municípios porque o quantitativo é muito pequeno e é necessário que o Estado aprenda a manipular com mais segurança e assertividade as doses do imunizante. “Já fizemos um treinamento com a Pfizer, mas essa experiência será essencial para melhorar o manuseio e pensar nas estratégias de distribuição para o interior no futuro”, relata.
A vacina da Pfizer/BioNTech possui dois grandes diferenciais: as baixíssimas temperaturas em que tem que ser armazenada e o fato de que precisa ser diluída. Atualmente, o governo do Estado possui três super freezers que conseguem armazenar até 600 mil doses da vacina e mantê-la na faixa de temperatura adequada.
Além disso, em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG), que deve emprestar mais três freezers semelhantes, o Estado consegue guardar até 1,2 milhão de doses. Entretanto, ao contrário da Coronavac e da vacina da Astrazeneca/Fiocruz, essa vacina precisa ser diluída. Além disso, a dosagem dela é menor: enquanto com as outras duas vacinas são aplicadas 0,5 mililitros (ml), nela são usados apenas 0,3 ml. “Ela fica congelada e depois pode permanecer até cinco dias entre 2°C e 8°C. Entretanto, depois de diluída tem que ser aplicada em até seis horas. Teremos que ser rápidos”, esclarece Flúvia.
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