Forças de segurança do Distrito Federal e policiais de Goiás estão à procura do suspeito de cometer uma chacina em Ceilândia. As buscas por Lázaro Barbosa de Souza, de 32 anos, chegaram ao oitavo dia, nesta quarta-feira (16).
Para o governador Ibaneis Rocha (MDB), o investigado faz "quase como de bobas" os profissionais envolvidos nas buscas.
Lázaro é suspeito de matar quatro pessoas de uma mesma família em uma chácara no dia 9 de junho. Desde então, os policiais tentam localizá-lo em cidades do Entorno do DF, sem sucesso. O criminoso deixa um rastro de crimes na região, rendendo famílias, atirando contra policiais e fazendo reféns (veja mais abaixo).
"Essa caçada nos impressiona. São quase 300 homens da polícia do DF em Goiás que estão atrás desse marginal e não conseguem localizá-lo. Espero que isso aconteça o mais rápido possível, para que possamos tranquilizar as famílias daquela região", disse Ibaneis.
Segundo o governador, Lázaro precisa receber "punição devida" e que "está passando da hora dele ser preso e vir para Papuda".
Ibaneis comentou sobre o assunto durante assinatura de um termo de compromisso para regularizar um condomínio no Jardim Botânico.
Crime em Ceilândia
O suspeito invadiu a casa da família, localizada no Incra 9, no Núcleo Rural Alexandre Gusmão, na madrugada de 9 de junho. Lá, ele matou o empresário Cláudio Vidal, de 48 anos, e os dois filhos dele, Gustavo Vidal, de 21, e Carlos Eduardo Vidal, de 15. Os três foram encontrados com marcas de tiros e facadas.
A esposa de Cláudio e mãe dos jovens, Cleonice Marques de Andrade, de 43 anos, foi sequestrada e encontrada morta três dias depois, em um córrego da região.
Após os crimes, Lázaro fugiu para a região entre Cocalzinho e Edilândia, no Entorno do DF.
Nos últimos dias, ele fez uma série de assaltos a chácaras na região. Em um dos crimes, deixou três pessoas baleadas.
Na terça-feira (15), dois policiais que atuavam nas buscas foram baleados. Ao todo, 200 agentes de forças de segurança atuam na operação para prender o suspeito.
O inquérito que apura o homicídio das quatro pessoas de uma mesma família, no DF, chegou à Justiça na noite de segunda-feira (14).
O documento foi analisado pelo Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), que solicitou o retorno das investigações à 24ª Delegacia de Polícia, em Ceilândia. Segundo o MP, o caso está sob segredo de Justiça.
Segundo as apurações, antes dos assassinatos em 9 de junho, Lázaro já vinha cometendo uma série de crimes na região. Confira a linha do tempo do caso:
Lázaro teria invadido uma casa no Sol Nascente. "Ele arrombou a porta da casa, trancou pai e filho no quarto e levou a mulher para o matagal, onde estuprou a vítima", diz a polícia.
Lázaro fez uma família refém na mesma região (Sol Nascente). Segundo a polícia, ele ameaçou as vítimas com faca e arma de fogo. Nesse crime, mandou as pessoas ficarem nuas. E obrigou as mulheres que estavam na casa a servir jantar para ele.
Triplo homicídio de Cláudio Vidal, de 48 anos; Gustavo Vidal, de 21; Carlos Eduardo Vidal, de 15. A mulher, Cleonice Marques de Andrade, de 43 anos, foi sequestrada pelo suspeito.
Entre 11h e 15h, perto do Incra 9, ele rendeu o proprietário de uma fazenda, a filha dele e o caseiro. Conforme os policiais, Lázaro passou cerca de 4 horas no local.
Na madrugada, Lázaro roubou um carro em uma chácara e, segundo a Polícia Militar, incendiou e abandonou o veículo, em Cocalzinho (GO).
Pela manhã, as equipes de segurança que procuravam por Cleonice encontraram o corpo dela no Córrego da Cascalheira, entre a BR-070 e a DF-180. No mesmo dia, já em Cocalzinho de Goiás, Lázaro atirou em pessoas e nos policiais que buscavam por ele.
Investigadores também localizaram dois esconderijos utilizados por Lázaro na região do Incra 9, com colchão, lonas, roupas e garrafas de água.
Lázaro furtou um carro e o abandonou na BR-070. Depois, segundo a polícia, ele continuou a fuga, pela mata.
Polícias do DF e de Goiás fizeram um cerco em 34 propriedades rurais da região e continuaram as buscas. A Polícia Militar do DF reuniu o Batalhão de Policiamento de Choque (Patamo), de Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam), do Grupo Tático Operacional (Gtop) e do Batalhão Ambiental. A Polícia Civil, a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária também participam do cerco.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública de Goiás, um policial foi baleado em Goiás durante buscas por suspeito. Ele foi atingido com tiro de raspão e atendido em hospital goiano.
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