A pandemia do novo coronavírus reduziu a expectativa de vida no Brasil em 1,94 ano, segundo estudo feito em parceria de pesquisadores da Universidade Harvard e da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
De acordo com o estudo, a expectativa de vida do brasileiro caiu de 76,74 anos para 74,80 anos em 2020.
A pesquisa “Redução na expectativa de vida no Brasil em 2020 após a Covid-19”, publicada em versão preliminar, sem revisão de outros especialistas da área, observou o impacto da pandemia na expectativa de vida no nascimento e aos 65 anos, já que idosos são as maiores vítimas da Covid-19.
“O número de mortos por Covid-19 no Brasil em 2020 foi catastrófico. Nos Estados, os ganhos de longevidade alcançados ao longo de anos ou mesmo décadas foram revertidos pela pandemia”, afirmam os cientistas.
O decréscimo que a Covid-19 causou na esperança de vida brasileira em 2020 foi 72% maior que o observado nos Estados Unidos, líder de mortes pela doença no planeta.
O trabalho indica que, nos últimos 20 anos, o Brasil havia ganhado cerca de 6,94 anos em expectativa de vida ao nascer. A alta mortalidade causada pela pandemia fez com que a expectativa de vida ao nascer caísse 28%, fazendo com que o país retornasse aos níveis registrados em 2013.
A queda na expectativa de vida foi registrada de forma mais acentuada entre os homens (1,98 ano) do que entre mulheres (1,82 ano). O resultado aumentou em 2,3% e 5,4% a lacuna entre homens e mulheres na expectativa de vida ao nascer e aos 65 anos, respectivamente
O Distrito Federal foi a unidade federativa que mais teve queda na expectativa de vida ao nascer (3,68 anos), seguido por Amapá (3,62 anos), Roraima (3,43 anos) e Amazonas (3,28 anos).
Antes da pandemia, a diferença entre a maior e a menor expectativa de vida nos Estados era de 8,54 anos. Com a pandemia, aumentou para 9,15 anos. No cálculo dos cientistas, Santa Catarina tem a maior expectativa (78 anos), e Roraima, a menor (69 anos).
O estudo afirma que a ação do governo federal na pandemia contribuiu para o cenário: “A falta de uma resposta coordenada, rápida e equitativa informada pela ciência, bem como a promoção de desinformação, têm sido a marca registrada da atual administração”.
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