A desconfiança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a atuação das Forças Armadas é vista na caserna como um pedido de divórcio litigioso. Embora a relação entre Lula, o PT e os militares nunca tenha sido boa, deteriorando-se ainda mais a partir do governo de Dilma Rousseff, a invasão de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro ao Palácio do Planalto, ao Congresso e ao Supremo Tribunal Federal, no domingo, 8, fez com que o estremecimento por pouco não virasse uma ruptura.
Em conversas reservadas, conselheiros de Lula com trânsito nas Forças Armadas dizem que a hora é de virar a página, e não de promover uma “caça às bruxas”. Argumentam que isso não significa o arquivamento de punições. Ao contrário: na visão de ex-ministros da Defesa, como Nelson Jobim, Raul Jungmann e Aldo Rebello, as penas para quem cometeu crimes precisam ser duras e exemplares, mas o discurso de Lula deve promover o distensionamento.
A pressão da cúpula do PT para Lula demitir o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, também contraria as Forças Armadas, que hoje o veem como único nome capaz de apaziguar a relação dos militares com o Planalto. Se antes a caserna encarava o político Múcio com pé atrás, hoje ele virou uma espécie de fiador da estabilidade. A portas fechadas, oficiais dizem que a eventual saída de Múcio pode agravar a crise.
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