A concessionária que administra a BR-163 entre Nova Mutum e Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso, foi atacada ontem à noite em meio às novas paralisações em atos golpistas nas rodovias federais. Cerca de 10 homens encapuzados atiraram contra a base, atingindo uma viatura e a própria unidade. Eles ainda atearam fogo em uma ambulância e em um caminhão-guincho. Ninguém se feriu. No momento do ataque, havia bloqueios na região (veja os pontos abaixo). A PRF (Polícia Rodoviária Federal) vê relação entre o ataque e as paralisações. O caso está sendo investigado.
As cancelas de pedágio foram quebradas. Os funcionários fugiram do local. Evacuada, a praça de pedágio da cidade de Sorriso está sem cobrança. Vídeo obtido pelo UOL feito por um funcionário mostra as chamas do incêndio e a depredação na base. “Quebraram tudo (?). Gasolina aqui em tudo. Fogo…, está quase explodindo. Vai explodir. Bora vazar”, diz, ao falar com um colega.
O Corpo de Bombeiros de Lucas do Rio Verde foi acionado e combateu o incêndio. A Polícia Militar também esteve no local e encontrou cartuchos das armas de fogo usadas no ataque.
Em outro vídeo, um funcionário grava um relato sobre a ação, feito por um colega que não aparece nas imagens. “Eram mais de dez. Estavam tudo armado. Eu pensando que era foguete. Os caras mandando eu sair: ‘sai, sai, corre, corre’. Entraram atirando.”
É possível ouvir a respiração ainda ofegante de quem registra o relato. Em seguida, o autor do vídeo mostra uma viatura com perfurações de tiro no vidro dianteiro. “Eles vão atacar a próxima base. Eles foram no sentido Mutum. Vão atacar a base lá, pô.”
“Isso já passou de ser um problema única e exclusivamente da Polícia Rodoviária Federal. Isso já está entrando em uma guerra civil e atitudes dos órgãos superiores precisam ser tomadas com urgência”, disse Felipe Dias Mesquita, inspetor da PRF, em áudio obtido pela reportagem.
Ele informou ainda ter acionado aeronaves para monitorar os deslocamentos dos manifestantes. Segundo ele, teria ocorrido ontem uma reunião envolvendo outras autoridades, como o Tribunal de Justiça e o MPF (Ministério Público Federal), para planejar um plano de ação.
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