Um jovem de 18 anos teve o pescoço amarrado por uma corda e foi arrastado por uma estrada de terra após uma cavalgada em uma fazenda de Alto Paraíso de Goiás, no nordeste de Goiás. As imagens chocantes mostram quando, mesmo caído ao chão, ele é puxado por um outro homem.
O caso aconteceu na madrugada do último domingo (19). Nas imagens é possível ver que o garoto tenta segurar a corda, mas continua sendo puxado e arrastado pela lama. Outras pessoas que estão no local não fazem nada para impedir, somente riem da situação.
Depois das agressões, o adolescente foi socorrido por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhado para o hospital do município com vários ferimentos no corpo. Ele já recebeu alta e se recupera em casa.
Ao g1, a delegada Bárbara Buttini informou que a vítima compareceu à delegacia no dia seguinte, bastante abalada com a situação. De acordo com a investigadora, um inquérito já foi aberto para investigar o caso e as pessoas envolvidas nas agressões já foram identificadas.
O proprietário da fazenda onde aconteceu o acidente é o prefeito do município, Marcos Rinco (DEM). Em um vídeo divulgado nas redes sociais o administrador lamentou sobre o ocorrido e disse que, apesar de ser dono do local, nada tem a ver com o que aconteceu.
Infelizmente aconteceram lá essas cenas, mas os cuidados todos foram tomados anteriormente, durante o evento teve a presença constante de segurança privada, teve a presença esporádica da Polícia Militar e ambulâncias aqui do hospital para qualquer eventualidade”, disse.
Família quer Justiça
O pai do garoto, que preferiu não se identificar, disse que a situação abalou bastante a família. Ele conta que o filho não consegue parar de chorar.
"O público batia palma. Depois de arrastar ele, o jogaram em uma vala. A gente é humilde, mas somos seres humanos. Ele tem pai, tem família, tem gente por ele. É revoltante ver o que aconteceu com o meu filho", afirmou.
O advogado e primo da vítima denuncia ainda que, depois de ser levado pelo Samu até o hospital, a unidade de saúde negou atendimento para o jovem, já que ele estava sem documento pessoal. O parente afirma que o garoto teve que andar 2 km até a casa que mora, onde encontrou amigos que o ajudaram.
"Os amigos que o encontraram na rua desmaiando e vomitando. Pegaram ele, deram banho e o levaram para o hospital de novo. Só assim ele foi atendido (...) Foi um sistema de saúde falho, que viu ele naquela situação e simplesmente não fez nada", afirmou.